Antonio Tajani sobre o futuro du projeto europeu: « Precisamos ser corajosos »

, por Louise Guillot, Traduzido por Nayse Hillesheim

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Antonio Tajani sobre o futuro du projeto europeu: « Precisamos ser corajosos »
European Union 2018 - Source : EP / Daina Le Lardic

No último dia 9 de outubro, Antonio Tajani, atual presidente do Parlamento Europeu e membro do Partido Popular Europeu (PPE), foi o orador convidado do Colégio da Europa para a tradicional cerimônia de abertura da instituição em Bruges. Le Taurillon aproveitou a oportunidade para conversar com ele.

Uma Europa fustigada por crises e com inúmeros desafios a vencer

O presidente do Parlamento Europeu começou seu discurso traçando um panorama das crises e dos desafios que enfrenta a União Europeia (UE), entre os quais o Brexit e a necessidade de se preservar a paz na Irlanda e os direitos dos cidadãos. Insistiu também na importância de não separar as quatro liberdades de circulação (mercadorias, pessoas, capitais e serviços), a fim de preservar a integridade do mercado comum europeu. Para ele, a União deve retomar um lugar preponderante e proativo no cenário internacional seja em questões comerciais frente à Rússia, aos Estados Unidos ou à China, seja em na luta contra as mudanças climáticas. A Europa deveria, na sua visão, exercer sua liderança e se afirmar como uma união política.

Antonio Tajani sublinha que a Europa é um continente de liberdade em que convivem múltiplas culturas e identidades que é necessário preservar. Para ele, a União não deve substituir os estados-nação, mas fazer aquilo que os estados ou as regiões não são capazes de fazer, sempre respeitando o princípio da subsidiariedade.

Sobre a necessidade de se reformar a Europa…

Antonio Tajani reconhece que há coisas que não funcionam na UE, mas isso não significa que se deva desistir dela ou abandonar o projeto europeu. Ao contrário, para o presidente do Parlamento Europeu, a União deve continuar a garantir a paz e zelar pela preservação de suas realizações concretas (a moeda única, o fim dos controles nas fronteiras etc.) Diante da ascensão dos movimentos populistas e nacionalistas, ele convida os europeus a refletir e a repensar sua concepção da política, a fim de construir uma nova visão do projeto europeu que faça com que eles se sintam seguros no continente.

Para Antonio Tajani, “nós precisamos ser corajosos “. A Europa, segundo ele, precisa de uma nova estratégia de longo prazo que leve em consideração esses desafios - migração, demografia, estabilidade econômica, inovação industrial, clima, emprego para os jovens - e apresente uma resposta a eles. Essa estratégia deveria fazer parte de um processo de democratização das instituições europeias: dar ao Parlamento Europeu o poder de iniciativa legislativa, envolver mais os cidadãos no processo decisório, dotar o orçamento europeu de recursos próprios.

Eleições europeias de maio de 2019: uma oportunidade imperdível para o Parlamento Europeu

Le Taurillon questionou em seguida Antonio Tajani sobre o que estava em jogo nas próximas eleições europeias, tanto para a instituição em si quanto para a sua família política, o PPE. Ele é a favor do princípio dos candidatos cabeça de lista (os Spitzenkandidaten), mas lembra que as campanhas para as eleições europeias têm, infelizmente, uma tendência a focar mais nas questões nacionais que nas europeias, o que faz com que os cidadãos não se apropriem desta eleição.

Le Taurillon (LT) / Louise Guillot: O Parlamento Europeu, que o senhor atualmente preside, foi eleito com um grande índice de abstenções nas eleições europeias (em especial entre os mais jovens). Por que deveriam os cidadãos europeus votar em maio de 2019?

Antonio Tajani (AT): Acho que cada um deve decidir sobre o seu futuro. Votar significa decidir o próprio futuro e o de sua família. Na minha opinião, é um erro delegar aos outros o poder de decidir sobre o meu futuro. Essa é a razão pela qual é preciso participar. Claro que há cidadãs e cidadãos que estão descontentes com a situação e tentam protestar dizendo: “não vou votar”. E é por isso que há uma campanha do Parlamento Europeu para convidar os cidadãos europeus a votar.

LT: Como o senhor vê a recomposição do Partido Popular Europeu em vista das próximas eleições europeias? E qual o lugar que ocupará o Fidesz nessa formação política?

AT: Creio que até as eleições não haverá modificações. Nós conversamos com Viktor Orban e deixamos claro quais eram os limites, os valores do PPE. Acho que ele pode permanecer na família do PPE, ainda que não estejamos de acordo com tudo o que ele faz. No entanto, é muito importante para mim que o PPE seja a principal família política no Parlamento Europeu, para defender a Europa, defender nossos valores. Se tudo correr bem, o PPE será a principal força política do Parlamento Europeu depois das eleições de maio.

LT: A propósito, Alexander Stubb declarou recentemente que “em relação ao Fidesz, o partido de Orban, os valores são o elemento mais importante. Só que os valores são binários: ou está conosco, ou está em outro lugar”. O senhor concorda com ele?

AT: Alexander Stubb é um candidato se antecipando ao Congresso do PPE, mas não vou me pronunciar nem por ele nem por Manfred Weber. Todos os candidatos estão tentando explicar seus programas, o que gostariam de fazer como presidentes da Comissão. Eles estão, portanto, em campanha eleitoral e eu devo me abster de comentar.

LT: Qual será a primeira tarefa da nova composição do Parlamento Europeu a partir de maio de 2019? Quais são, na sua opinião, os assuntos mais urgentes a tratar?

AT: Inicialmente, é preciso tentar diminuir a distância entre os cidadãos e as instituições europeias. Como eu disse há pouco, o Parlamento é a única instituição capaz de trabalhar nessa direção, porque nós somos eleitos diretamente pelos cidadãos. Além disso, acho que o Parlamento deve também se esforçar para ter um bom orçamento para o período 2021-2027, porque há o risco de não podermos votar o orçamento antes das eleições. O Parlamento, então, deve comprometer-se a ter um bom orçamento, bem como os recursos para alimentá-lo. Para tanto, é preciso defender os fundos de coesão e os fundos para a agricultura.

LT: Há alguns dias aconteceu a Semana Europeia das Regiões e Cidades. Para o senhor, que lugar ocupam e qual papel desempenham as regiões no contexto da União Europeia? E qual o futuro da política de coesão agora que o orçamento global da UE será muito provavelmente reduzido?

AT: Não sou favorável a cortes nos fundos de coesão e creio firmemente no princípio da subsidiariedade. Em outras palavras, a Europa deve fazer aquilo que os estados membros não podem, mas os estados membros não devem se substituir às regiões e as regiões não devem fazer o que cabe às cidades: é o escalonamento da subsidiariedade. Acredito que as regiões e as cidades têm um papel importante a desempenhar para resolver os problemas que estão mais próximos dos cidadãos. Cabe a nós o trabalho contra a imigração, contra o terrorismo e nos assuntos de política externa, mas as questões locais devem estar nas mãos das regiões e das cidades.

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