Querido mundo,
na última década o Brasil enfrentou uma série de adversidades políticas que abalaram a esperança da maioria dos cidadãos brasileiros. Em 2009, iniciou-se a grande investigação de corrupção, a “Operação Lava Jato”, que resultou em mais de mil ações policiais – dentre elas mandados de busca e apreensão e condenações de empresários e políticos envolvidos em esquemas de lavagem de dinheiro, incluindo o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva. Em 2015, foi aprovado o pedido de impeachment da presidente, Dilma Rousseff, por acusação de crime de responsabilidade. Este segundo episódio foi então taxativo para o início de uma era de brasileiros desapontados com o antigo governo comandado durante 13 anos pelo PT (Partido dos Trabalhadores).
Essa ânsia por uma mudança drástica fez com que, no último domingo, 28 de outubro, Jair Bolsonaro vencesse as eleições para a presidência do Brasil. Ao longo dos 27 anos como deputado, Bolsonaro ganhou destaque na mídia por suas declarações controversas. No passado ele já chegou a dizer que “preferiria um filho morto a um homossexual”, que “a ditadura deveria ter matado uns 30 mil” e a mais polêmica de todas foi proferida à uma deputada: “Eu não te estupro porque você não merece”. Suas perspectivas de sociedade causam medo às minorias, como a comunidade LGBTQ+, mulheres, indígenas e negros. No entanto, mesmo após comentários deste gênero, o receio de mais quatro anos sob o governo do PT fez com que a maioria dos brasileiros elegessem Bolsonaro para presidente da República.
Porém o antipetismo não foi o único fator contribuinte para o aumento da popularidade do candidato de extrema-direita. O forte apoio ao agronegócio e à exploração de terras para a produção agrícola uniu os agricultores em prol da campanha do ex-militar; a defesa dos ideais conservadores e da família tradicional trouxe também cristãos para o lado de Jair Bolsonaro e muitos eleitores abraçaram sua campanha por medo. Com altos índices de violência que aumentam progressivamente no país, Bolsonaro propõe diminuir a maioridade penal para 17 anos (inicialmente) e facilitar o porte de armas para que o – como ele chama – “cidadão de bem” tenha o direito de defesa.
Após a divulgação do resultado das eleições, Bolsonaro prometeu ser um “defensor da democracia e da Constituição”. No que diz respeito às relações exteriores, Bolsonaro propõe “ênfase nas relações e acordos bilaterais, fomentar o comércio exterior com países que possam agregar valor econômico e tecnológico ao Brasil, aprofundar a integração com todos os países latinoamericanos que estejam livres de ditaduras e deixar de desprezar democracias importantes como EUA, Israel e Itália”. As propostas de governo do novo presidente apresentam muitos objetivos e poucas ações para conquista-los, sendo assim, torna-se complicado deduzir as possíveis consequências para o restante do mundo com o resultado dessas eleições. É difícil sugerir neste momento como suas políticas podem modificar o cenário atual, porém uma coisa é certa que todos brasileiros têm em comum, sejam eles eleitores do Bolsonaro ou não: todos esperam que ele faça um bom governo e cumpra sua promessa de defender a democracia. A política não é um jogo onde o objetivo final é vencer o adversário ou estar certo. Quem teme às propostas de Jair Bolsonaro está cruzando os dedos para estar errado.
Desejo a você, mundo, uma boa relação com o novo presidente do Brasil. Pois esse é o desejo de muitos brasileiros, não somente para você, mas para o nosso próprio país.
Com saudações esperançosas,
Giovana Faria
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