Novo fôlego para Portugal - Novo fôlego para a Europa ?

, por Joana Solleliet Ferreira, Le Courrier d’Europe

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Novo fôlego para Portugal - Novo fôlego para a Europa ?

A crise em Portugal, a crise na Itália, a crise na Grécia… a Europa em crise ? Todos nós temos conhecimento da situação dos países do Sul de Europa, «fardos» da economia européia. Onde, em certos casos, nós não temos ainda bastante afastamento para investigar profundamente a evolução econômica dos países em função das escolhas políticas deles, pareceria todavia que o Portugal achou uma solução visível para tirar seu país da crise.

De facto, em crise durante vários anos, Portugal vivencia uma recuperação econômica inesperada em 2017. Inútil lembrar a situação econômica catastrófica do país da Revolução dos Cravos em 2011, período durante o qual ele tinha sido declarado em «déficit excessivo» pela Comissão Européia. Então, forçado pedir um plano de ajuda à União européia e ao FMI, Portugal tinha sido beneficiário de uma ajuda européia que chega ao valor de 78 milhares de euros para apoiar a sua reconstrução econômica.

Politicamente, enquanto esquerdas européias estão se desestruturando, como é por exemplo o caso na França, o Bloco de Esquerda de António Costa (eleito PrimeiroMinistro desde 2015 e ainda em função ), agrupando os socialistas portugueses associados à esquerda radical e aos comunistas em um partido político “antiseveridade”, parece envidar esforços, como se deve, a recuperação da situação econômica do país.

Já, na terça-feira,18 de julho de 2017, em Lisboa, o Comissário europeu para os Assuntos Econômicos e Monetários na Tributação e na União Aduaneira, Pierre Moscovici, tinha confirmado bons resultados decorrentes da política econômica e para as medidas adoptadas pelo governo Costa afirmando que «a redução do déficit em Portugal é sustentável» e que «o crescimento será provavelmente superior a 2,5% em 2017». Isto do fato «dos progressos significativos [que] têm sido feitos» no setor financeiro com uma nova chegada de investidores estrangeiros desde 2015 (em particular no setor da indústria têxtil, de sapatos e de automóveis), exportações que representam aproximadamente 40% do PIB português hoje, e do «enorme boom do turismo» .

Hoje, Portugal está de volta aos trilhos sendo situado abaixo da linha dos 3% de déficit público autorizado e fixado pelas regras européias e, inclusive, visando encerrar o processo de «déficit excessivo» iniciado pela Comissão européia dois anos atrás. Embora este já seja um progresso considerável para o país, este pode também gabar-se sobre uma taxa de crescimento de 2,7% em 2017, enquanto apresenta uma taxa de desemprego que diminui tal como anunciou o Ministro português de Finanças Mario Centeneo, no dia 22 de janeiro de 2018, durante a reunião Eurogroups, da qual ele é o presidente desde 4 de dezembro 2017.

Um plano anti-severidade, medidas «made in Portugal»; seria a solução para a Europa?

A coalizão esquerda do governo Costa, inacabado das regras de severidade orçamentária promulgadas pela tróica (congelamentos de salários dos empregados estatais e das pensões de aposentadoria, redução das prestações social de segurança etc.), fixou uma política de «reflação pela demanda e uma melhoria dos bem-estares sociais» impulsionando o poder aquisitivo e, por conseguinte, o consumo do português pelo restabelecendo dos salários e pensões, abaixando drasticamente os investimentos públicos, aumentando impostos incorporados e aumentando o sistema de imposto indireto (bens imóveis, correndo etc.)

Ainda que hoje os resultados sejam visíveis, como nós pudemos notar previamente, só o futuro nos falará se essa política anti-severidade permitirá ao Portugal manter uma taxa de crescimento duradoura, porque nos é necessário a nós se lembrar que o PIB português continua inferior que o de antes a crise de 2008. Assim, as análises econômicas divergem entre aqueles que afirmam que este «crescimento do século» é devido à política econômica de «Bloco de Esquerda» e aqueles que afirmam que é especialmente devido à confiança restabelecida em Portugal pelos investidores estrangeiros e as reformas de severidade praticadas pela ala política da direita portuguêsa sob o governo de Pedro Passos Coelho no poder de 2011 até 2015. Como anunciou João Luis César das Neves, professor na Universidade católica de Lisboa: «o governo conseguiu conduzir um tipo de severidade aceitável socialmente […], o governo comprou a paz social […], [mas] profundos desequilíbrios ainda não foram solucionado, todos os perigos permanecem» por causa das dificuldades do país para se financiar e de sua dependência com as políticas do Banco Central Europeu.

Não obstante, mesmo se o foco incidiu sobre o aspecto positivo deste crescimento de +2,7% em 2017 para o Portugal e até mesmo se as opiniões às vezes são opostas, não seria «a ocasião para terminar com essa teoria de acordo com o qual a Europa é condenada a um futuro só feito por severidade» como o afirma o Ministro de Finanças Mario Centeno, o modelo português não seria «uma receita exportável sobre todo o continente ?»

Pareceria ser uma possibilidade. Até mesmo o FMI já tinha anunciado em 2016, sobre a Grécia que «a severidade não funciona». Certamente, recomendar uma política social de reflação na Europa parece fantasioso, uma vez que as instituições européias sempre foram favoráveis a políticas de severidade. Mas, como culpar um país tirado da crise não seguindo a linha ditada pela Comissão européia? Como dito por Fernando Pessoa, grande poeta português, nos Textos Filosoficos : «Esperar pelo melhor e prepara-se para o pior: é a regra». Isto parece aplicar-se a este ambiente econômico no qual nós temos que manter esperança a fim de se dirigir a uma mudança econômica e social que permita uma saída da crise na Europa.

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